Viver e conviver em condomínio deve ser comunhão, coparticipação, cooperar, colaborar. Deve se constituir em local de paz e integração, mas na realidade não é o que acontece. É preciso aprender a conviver com as diferenças, limites, valores, crenças, hábitos e paradigmas dos demais moradores. Cada um tem as razões que o levaram a morar em condomínio, de onde derivam suas diferentes necessidades e expectativas.
Precisamos entender que o ser humano é um animal social. Essa assertiva de Aristóteles foi acolhida pelas ciências que estudam a humanidade, de onde se conclui que não há possibilidade de desenvolvimento sem o grupo. A Antropologia nos ensina que, desde o andar ereto, a fala, a troca de afeto até às mais diversas manifestações cognitivas, tudo nasce de encontros e desencontros entre pessoas.
A sociologia define sociedade como um grupo de pessoas que compartilham propósitos, gostos e preocupações e que interagem entre si construindo uma comunidade. Todos os seus membros estão interligados por uma rede de relações que acontece de maneira natural, independente da vontade de cada um, que podemos chamar do Principio da Interdependência.
Outro Princípio é o da Parceria que envolve participação e poder para que cada um desempenhe o seu papel com compromisso e responsabilidade. Esse Princípio agrega valores de cooperação e solidariedade. A parceria permite que cada membro conheça melhor o ou- tro e compreenda suas necessidades. Só há parceria quando todos confiam e são confiáveis, o que permite a evolução e a transformação.
Também é importante o Princípio da Civilidade que abrange todos os demais princípios, cujo fundamento é o respeito - palavra chave para harmonizar relações. Sua ausência repercute de forma desastrosa e torna necessário que cada membro da comunidade faça uma revisão intrapessoal e interpessoal.
OS CONDOMÍNIOS PRECISAM DE LÍDERES
O grande responsável pelo ambiente harmonioso nos condomínios é o síndico por sua ação de liderança. O verdadeiro líder não é aquele que determina como as coisas devem ser e é obedecido por força do cargo. Líder é aquele que influencia pessoas da comunidade em que atua para que todos possam chegar à meta pretendida e que todos se respeitem e se ajudem de forma solidária, onde as pessoas participem e contribuam com suas ideias.
O SÍNDICO PRECISA TER TRÊS HABILIDADES FUNDAMENTAIS: VISÃO, COESÃO, AÇÃO
O síndico líder tem bondade no olhar, amor no coração, sorriso nos lábios, felicidade no ser e confiança no Grande Arquiteto do Universo (DEUS). Precisa ter a virtude fundamental que é a capacidade de se comunicar. Não basta fazer barulho como um sino e sim aprender o jeito de ouvir e de falar a língua dos moradores, ou seja, dos homens, das mulheres, das crianças, dos ricos e dos pobres.
Ter o hábito de fazer perguntas, mesmo aos que possam saber menos que ele. Quem lidera ouve resposta, aprende lições, pergunta por quê? Comunicar é algo amplo e não somente se dá através das Atas das Assembleias, Circulares, do Quadro de Avisos, das Pesquisas, mas sim e principalmente através do diálogo constante com todos os moradores que, além de aumentar a participação, cria um melhor relacionamento.
Encerro hoje com um pensamento de J. PAUL SCHMITT: “Não devemos ter receio dos grandes problemas e dos grandes empreendimentos. Quem está acostumado resolver os pequenos, resolverá os grandes”.
Até o próximo. ESPERO ENCONTRÁ-LOS NO DIA DO SÍNDICO quando juntos VAMOS OUVIR, PERGUNTAR, TROCAR CONHECIMENTOS E APRENDER.
Por: José Maria Braz Pereira - consultor de empresas e de condomínios