Pesquisa das tarifas bancárias pode gerar economia para os condomíniosNotícia publicada no dia: 20/05/2015
O ideal é que sejam abertas uma conta corrente e uma poupança. A primeira para as despesas ordinárias. A segunda para aplicar os recursos do fundo de reserva
Quando o assunto é dinheiro, tudo cuidado é pouco. Se os recursos são do condomínio, os cuidados devem ser redobrados. Neste sentido, a revista “O Síndico” ouviu especialistas que pudessem dar orientações para uma melhor gestão financeira dos condomínios. E eles alertam: movimentar o dinheiro em uma conta particular é totalmente desaconselhável. O ideal é que o condomínio tenha a sua própria conta. Para a abertura, é preciso CNPJ e a convenção do condomínio devidamente registrada. Com essas duas condições preenchidas, o síndico deve ficar constantemente atento às taxas cobradas, o que pode gerar economia para todos os moradores.
A sócia da 676 Administradora de Condomínios, Dina Amaral, destaca que a abertura da conta em nome do condomínio é importante para dar transparência e segurança. Ela avalia que a necessidade de duas assinaturas para a movimentação bancária também tem grande importância. “É na assembleia ordinária de eleição do síndico que se determina os autorizados a movimentar a conta bancária. Geralmente é o síndico e a administradora ou o síndico com alguém do conselho. Sempre é bom ter duas pessoas para dividir responsabilidades e ajudar na conferência”, afirma, explicando que a ata da assembleia deverá ser registrada em cartório.
A contadora e economista Ameliana de Carvalho, gerente da R & G Administradora de Condomínios concorda com Dina em relação à necessidade de abertura de uma conta do próprio condomínio. “Fica mais fácil comprovar o dinheiro que está entrando e saindo. O controle deve ser rigoroso por parte do síndico e da administradora”, enfatiza Ameliana, ressaltando também acreditar que o ideal é que duas pessoas assinem a movimentação bancária.
Atualmente, existe um recurso para condomínios que não possuem CNPJ possam fazer a movimentação bancária sem a necessidade de utilização de uma conta particular. É a chamada conta pool, que geralmente engloba a movimentação de mais de um condomínio. “A tendência é esse tipo de conta acabar. Estamos trabalhando neste sentido. Mas ela garante transparência”, explica Dina.
De olho nas tarifas bancárias
Síndica do condomínio do Edifício Walter Barra há dez anos, Suely Fátima de Abreu gosta de negociar todas as despesas. Em relação às tarifas bancárias, ela explica que o melhor caminho é pesquisar e comparar os valores cobrados. “Eu acompanho o custo mensal cobrado para a emissão das boletas e também os pacotes oferecidos pelos bancos. Há uns três anos, havia um banco que cobrava até R$ 5 por boleta. Hoje, pagamos R$ 2,45. Vale a pena pesquisar”, orienta, acrescentando ainda que o pacote deve ser escolhido de acordo com as necessidades de cada condomínio, levando em consideração, por exemplo, número de talões de cheque e de extratos mensais.
Dina Amaral revela que fez uma ampla pesquisa antes de escolher o banco com o qual a 676 trabalharia. Ela explica que até o local onde é feito o pagamento influencia no valor cobrado: “Existem taxas diferenciadas. Em relação aos valores cobrados por boleta, se o pagamento é feito em banco é um preço e se é feito em lotérica é outro preço. O banco que trabalhamos cobra de R$ 1,55 a R$ 3,26. Os valores mais baixos são para pagamento em lotérica e pela internet.”
Suely destaca que além da conta corrente, é importante o condomínio abrir também uma poupança: “A conta corrente é para a despesa ordinária do mês e a poupança para o dinheiro arrecadado pelo fundo de reserva”. Ainda em relação ao fundo de reserva, ela reforça que o melhor a fazer é investir na poupança. “Tem maior liquidez e, em caso de emergência, é possível sacar na hora”, orienta. A síndica ressalta a importância da existência do fundo. “Todo condomínio deveria ter para o caso de emergência. Com isso, evita-se a utilização de empréstimo bancário, que é muito caro”.
A contadora e economista Ameliana também aconselha a utilização da poupança para a aplicação dos recursos do fundo de reserva, mas explica que é o síndico quem deve decidir, juntamente com os condôminos. “Dos mais de 200 condomínios que administramos, apenas quatro fazem outras aplicações financeiras”, revela.
Crédito facilitado
Para aproveitar as oportunidades de crédito no mercado, os condomínios têm à disposição uma ampla oferta de cartões empresariais que possibilitam a compra a prazo em diversos estabelecimentos comerciais e de serviços. Segundo Luiz Otávio Guarnieri Galil, administrador do Bahamas Card, uma das vantagens em utilizar esse tipo de cartão é permitir que o síndico gerencie facilmente os processos de pagamento e controle das despesas do condomínio. Isso inclui o parcelamento sem juros das aquisições mais onerosas (como materiais de construção, seguros, produtos de limpeza, etc), o que possibilita a diluição do pagamento nas taxas condominiais e beneficia os moradores.
Os condomínios devem se preocupar com as despesas de manutenção do cartão, em busca de taxas administrativas mais acessíveis e taxas de juros competitivas. Outra dica é avaliar a facilidade das negociações: quanto mais próximo o síndico estiver do gestor da administradora do cartão, melhor.
Os cartões de crédito empresariais também podem abranger mais de um usuário, ou seja, é possível ter uma conta compartilhada entre síndico e subsíndico ou mesmo com a administradora de condomínios. Lembre-se que essa decisão precisa ser autorizada e evidenciada em ata.
O limite de crédito ofertado em cada conta empresarial varia conforme a análise da empresa financiadora, baseando-se nos gastos e na saúde financeira do condomínio. Portanto, o tamanho do condomínio, tipos de despesas e volume de apartamentos podem afetar na avaliação do limite concedido.
Fonte: Revista O Síndico - Edição 08