Possiblidade de segurança e economia para seu condomínioNotícia publicada no dia: 25/05/2018
Pensar em segurança para o condomínio, podendo aliar a isso a redução de custos é interessante e promissor. Esse é um dos objetivos das portarias remotas, sistema de monitoramento e gerenciamento que substitui porteiros presenciais, adotando agentes que abrem e fecham portões e garagens à distância, por 24 horas, por meio de câmeras, com imagens transmitidas por conexão via link.
As portarias remotas conectam as portas de entrada de um condomínio a uma central de monitoramento, eliminando o risco de o porteiro ser rendido em caso de roubo, além de reduzir o risco de falhas humanas. Por se tratar de uma tecnologia recente, muita gente ainda tem dúvidas quanto ao seu desempenho. Como funciona? Contribui mesmo para a segurança? Reduz custos?
“Tudo funciona como em uma guarita presencial, desde o momento do acionamento do interfone, interação com o atendente quando o visitante informa seu nome, apartamento aonde vai, números de documento para cadastro, e espera a confirmação do morador para o atendente remoto liberar os portões”, explica o proprietário da Porter Portaria Remota unidade Juiz de Fora, Roberto Kamil.
Após a implantação dos equipamentos necessários, os moradores são cadastrados, recebendo um controle remoto anticlonagem para acesso de veículos à garagem. Além disso, recebem tags (etiquetas de identificação) para acesso de pedestres, o qual também pode ser feito também por meio do uso de um código, o QR code, disponível em aplicativo para celular.
Benefícios
“Uma das principais vantagens de se ter a portaria remota é a redução de custos com folha de pagamento dos porteiros e outros encargos trabalhistas”, destaca o consultor em segurança eletrônica, especialista em portaria remota e diretor comercial da Castseg Portaria Inteligente unidade Juiz de Fora, Pablo Alves. De acordo com dados da Castseg e da Porter, as despesas podem ser reduzidas entre 50% e 60%.
Além disso, o controle de entradas e saídas estará garantido, visto que os profissionais da base de monitoramento trabalham em equipe, o que evita sonolência durante as madrugadas. Não há risco, ainda, de a guarita ficar vazia quando o porteiro se ausenta para usar banheiro ou fazer intervalos conforme previsto na legislação. “Um ponto que merece destaque é a discrição proporcionada pela portaria remota, já que acaba a fofoca na guarita, assim como há eliminação da possibilidade de a portaria atender pedidos e favores pessoais de moradores, o que deixa a guarita vulnerável”, lembra Kamil.
A segurança está, ainda, no fato de o visitante só entrar no condomínio se o morador for localizado, por meio de telefone fixo ou celular cadastrado para contato. Feito o contato, apenas o morador poderá autorizar a liberação da entrada. Por meio de aplicativos também é possível que o morador envie a visitantes, via SMS, convites QR code. O acesso é liberado via leitor do código instalado na portaria. Ao entrar, o morador ou visitante, tem acesso a uma eclusa intertravada, que faz com que uma das portas só se abra após a outra ser fechada, impedindo que alguém aproveite a oportunidade e entre. Tal medida de segurança pode incluir a necessidade de obras na portaria. Ao síndico, as empresas oferecem registros de acesso com áudio e vídeo, os quais são arquivados na central de operação.
Para todos os portes e público
Segundo Alves, a tecnologia pode ser implantada em condomínios de qualquer porte. “Todos são clientes em potencial, inclusive os condomínios horizontais. Em casos, por exemplo, de condomínios em que há um número elevado de idosos, é importante lembrar que eles passam por um treinamento para usar o sistema. Trata-se de um processo simples e de fácil assimilação.”
Kamil lembra que é possível personalizar o sistema de abertura dos portões conforme necessidades individuais. “O sistema proporciona independência de ir e vir. É possível personalizar a abertura dos portões caso a pessoa tenha alguma necessidade especial, como um cadeirante, fazendo com que as portas se fechem de modo mais lento, a fim de haver tempo suficiente para passagem. Além disso, é possível personalizar a entrada e a saída dos prestadores de serviço, liberando os acessos apenas nos dias e em horários em que prestam serviços.”
Segundo Alves e Kamil, os custos iniciais de implantação do sistema dependem da estrutura já disponível no condomínio. “É preciso fazer uma avaliação do que o condomínio possui (portão eletrônico, câmeras, interfones, controles de acesso etc.). Isso poderá aumentar ou reduzir os investimentos iniciais”, explica Alves.
Após a implantação dos equipamentos necessários, “o condomínio paga valores mensais, que equivalem à utilização do serviço e aos equipamentos instalados em regime de comodato”, aponta Kamil. Tal mensalidade inclui manutenção preventiva e corretiva ao cliente.
Mudança cultural
Para Alves, a principal mudança será cultural, sendo necessário que os condôminos entendam que a tecnologia é uma aliada com relação à segurança. “Já quanto aos visitantes, é preciso que tenham paciência em se identificar, fazer seu cadastro para que tenham acesso ao condomínio.”
Morador de um condomínio localizado no bairro Buritis, em Belo Horizonte, o empresário Eduardo Penna relata que o edifício onde mora conta com a portaria remota desde 2016. “Como um dos primeiros moradores do condomínio, fui contra a instalação da portaria remota porque, naquela época, em 2012, verifiquei alguns problemas. Pegamos, então, a portaria tradicional. Em 2016, a síndica trouxe o assunto à tona, defendendo a redução de custos. Resolvi quebrar minhas resistências, visitando empresa e condomínios que contavam com a tecnologia. Hoje, tenho certeza da decisão acertada. O atendimento é imediato, a segurança aumentou porque não temos a exposição do porteiro, além de sermos avisados a qualquer movimento suspeito.”
Pensando em problemas que afetem o funcionamento do sistema, como quebra de portões eletrônicos e/ou portarias de acesso, queda de energia ou pane elétrica (sem sustentação de nobreaks ou geradores), é de fundamental importância defender que cláusulas que abordem manutenções preventiva e corretiva, tempo de resposta em caso de incidente estejam presentes no contrato firmado entre a empresa prestadora do serviço e o condomínio.
Como a implantação da portaria remota envolve a demissão dos porteiros e investimento dos proprietários, cabe destacar que é preciso que tal decisão seja levada à assembleia. “A portaria remota diz respeito a todos os condôminos, por isso não deve ser uma decisão centrada na figura do síndico”, aponta o advogado da Suporte de Condomínios, Flávio Almeida.
Fonte: revista O Síndico edição 26