Adotar ações e equipamentos pode auxiliar na economia da energia elétricaNotícia publicada no dia: 13/08/2018
Desde o mês de maio, nós, mineiros, estamos pagando mais caro pela energia elétrica. O reajuste médio das tarifas da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi de 23,19%.
Na prática, consumidores residenciais estão pagando 18,63% mais caro, enquanto consumidores conectados à alta tensão, como indústrias e shopping centers, sentem o acréscimo de 35,56%.
Diante do reajuste, que veio durante o outono, quando as luzes são acesas mais cedo do que no verão, é importante que condôminos pensem no condomínio conforme pensam dentro de suas casas: reduzir o consumo. Para as áreas comuns internas, o indicado é a utilização de lâmpadas frias – fluorescentes ou de led, principalmente pelo tempo que essas lâmpadas permanecem acesas. Uma dica para áreas de passagem, como garagem, corredores e ambientes onde as pessoas permanecem pouco tempo, é o uso de sensores, que detectam a presença humana, ou o uso de fotocélula, que aciona a lâmpada apenas à noite.
O síndico do condomínio Viena, localizado no bairro Granbery, Vitor Homem de Carvalho, relata que a implantação de lâmpadas led trouxe muita economia. "Pagamos hoje o mesmo que pagávamos em 2015. Em três anos após as mudanças, constatamos a economia de 30% em kW." A mudança ocorreu em 18 andares, quatro garagens, playground, portaria e jardim. Ao todo, foram cerca de 220 lâmpadas led. "Além disso, implantamos sensores de presença no hall de entrada, no interior dos elevadores e quadra. Nas garagens, continuamos com os sensores antigos, mas o sistema funciona apenas à noite."
Elevadores
Dados da Agência Internacional de Energia (IEA) apontam que edifícios correspondem a 40% do consumo de energia do mundo. Os elevadores respondem por percentual entre 5% e 15% desse total. Pensando em redução de gastos, é preciso verificar o motor do equipamento, que demanda manutenção periódica, a fim de trabalhar de modo mais eficiente. Pode ser necessária uma modernização da máquina, o que acarretaria investimentos, mas também uma redução de gastos com energia em torno de 70%.
Equipamentos modernos apresentam características que contribuem com a sustentabilidade econômica e financeira, como ausência de engrenagem, uso de lâmpadas led modo stand by automático, que deixa o elevador em modo de espera se o mesmo está sem uso há mais de cinco minutos. Vale destacar ainda que é importante incentivar o uso das escadas, o que contribui para a economia. E mais, os elevadores devem ser desligados durante a madrugada, quando o uso cai, deixando apenas um em funcionamento.
Bandeiras tarifárias
Além da alta no valor da energia elétrica, é importante que o consumidor fique atento às bandeiras tarifárias, o adicional na conta de luz definido de acordo com o volume de chuvas. Em julho, por exemplo, está em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2.
Esse sistema foi criado em 2015 pela Aneel como forma de recompor os gastos extras com a utilização de energia gerada por meio de usinas termelétricas, que é mais cara do que a de hidrelétricas. A cor da bandeira é impressa na conta de luz (vermelha, amarela ou verde) e indica o custo da energia em função das condições de geração de eletricidade.
Uma das fontes alternativas de energia mais utilizadas no Brasil é a energia solar ou fotovoltaica. Considerada a energia infinita, é possível instalar as placas para sua captação tanto em casas, empresas e edifícios. De acordo com o diretor das áreas de Marketing e Comercial da Arion Otimização em Energia, dona da marca Solarion, Luiz Carlos Sigiliano, a economia financeira trazida pela geração solar fotovoltaica chega a 99%. Além disso, o investimento é recuperado de forma rápida, não se paga pelo uso do sistema de distribuição, não há incidência de bandeiras tarifárias e trata-se de uma energia sustentável, já que é limpa e renovável.
Pensando especificamente em condomínios, a modalidade de geração de energia prevê que esta possa ser dividida entre os moradores e as áreas comuns, não sendo necessária, entretanto, a adesão de todos os condôminos. "Se, por exemplo, quatro moradores aderirem à geração de sua própria energia, o total gerado será distribuído igualmente entre eles", explica Sigiliano.
A instalação de painéis solares tem início com o desenvolvimento do projeto. Em seguida, é feita a solicitação de acesso à distribuidora de energia. Aprovada, pode-se efetuar a compra dos equipamentos e sua instalação. A distribuidora verifica a instalação e efetiva a conexão. "A partir desse momento, você já está gerando sua própria energia e passará a sentir a economia em seu bolso", aponta Sigiliano. Segundo ele, o processo de instalação, de ponta a ponta, é rápido, durando cerca de dois meses.
O valor do investimento, de acordo com Sigiliano, "dependerá de algumas circunstâncias gerais e técnicas, que devem ser analisadas de acordo com cada projeto. Contudo, o retorno médio do investimento é de menos de quatro anos, se mostrando mais vantajoso do que uma série de outras aplicações financeiras".
De acordo com informações da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), até 2024, cerca de 1,2 milhão de geradores de energia solar ou mais deverão ser instalados em casas e empresas em todo o Brasil, representando 15% da matriz energética brasileira. Até o ano 2030, o mercado de energia fotovoltaica deverá movimentar cerca de R$ 100 bilhões.
Fonte: revista O Síndico edição 27