Jamais tente fazer a remoção de colmeias por conta própria Notícia publicada no dia: 29/03/2019
No início de janeiro deste ano, um homem foi levado em estado grave – teve choque anafilático – para um hospital em Barbacena após ser picado várias por abelhas africanas (Apis mellifera scutellata). Ao todo, dez pessoas acabaram feridas. De acordo com matéria publicada no site do jornal O Estado de Minas, os ataques ocorreram quando a vítima tentou, sem sucesso, fazer a captura dos insetos em uma residência. Ruas foram interditadas e o comércio local precisou fechar as portas.
A situação vivenciada a cerca de 100km de Juiz de Fora mostra como é necessário tomar as medidas certas quando o assunto é a presença de abelhas no condomínio. Elas são vizinhas que costumam ser bastante incômodas, portanto, ao perceber um enxame, a primeira medida a ser tomada é não mexer com os insetos, além de fechar as janelas para evitar que as abelhas entrem nas unidades. Para algumas pessoas, porém, a saída é lançar veneno ou nuvem de fumaça, mas tais atitudes podem aumentar – e muito – o risco de ataque aos moradores. Por isso, ao notar a presença de uma colmeia dentro do condomínio, é preciso tomar as providências certas.
Não jogue objetos na colmeia
Um dos maiores erros que se pode cometer ao identificar a presença de abelhas dentro do condomínio é tentar mexer na colmeia. Jogar água, pedra, cutucar com uma vara ou tentar espantar os insetos com fumaça tende a deixá-los mais agitados, aumentando o risco de ataques. De acordo com o empresário e síndico do condomínio do edifício Andradas, Luiz Roberto Gerrhim, que é bombeiro militar reformado, a primeira atitude a ser tomada é entrar em contato com o Corpo de Bombeiros pelo telefone 193.
Ele explica que, caso seja constatado que a presença das abelhas oferece risco grave para a população, “eles vão lá e fazem a retirada ou acionam um apicultor para fazer a remoção”. Entretanto, Gerrhim explica que, se os bombeiros avaliarem que os insetos não oferecem risco, “será o condomínio que deverá arcar com a remoção e contratar um apicultor, pois será uma situação particular”.
Outra dica importante dada pelo bombeiro militar reformado: “sempre procurem um profissional que saiba lidar com o inseto. Ninguém deve se aventurar, já que a pessoa pode até vir a óbito em razão das picadas”.
O apicultor domina as técnicas especializadas para fazer a remoção, que permitem a retirada do enxame em caixas a fim de levá-lo ao seu habitat natural. Além disso, fazem uso de equipamentos como luvas, macacão, chapéu e máscara.
“Orientamos para isolar a área”
Os cuidados mencionados por Luiz Roberto Gerrhim vão ao encontro da postura adotada pelo advogado e administrador de condomínios da Estelar Imóveis, Jamil Zaiden. Há cerca de três anos, o morador de uma residência administrada pela imobiliária no Bairro Grama entrou em contato relatando a presença de uma colmeia em uma árvore. Jamil relata que a pessoa queria fazer a remoção por conta própria, mas “orientamos para isolar a área e não mexer nas abelhas”.
Jamil entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, quando recebeu a orientação citada por Gerrhim. “Eles disseram que somente fariam a retirada se houvesse risco para a população. Também me orientaram a procurar um apicultor”, relembra Jamil, relatando os passos seguidos posteriormente: “Entrei em contato com um comércio de equipamentos para a apicultura, que me indicou um profissional que fazia esse serviço. Uma apicultora foi até a casa e fez a retirada do enxame. Foi muito tranquilo. Ela demonstrou muita destreza. Usando roupas e equipamentos específicos, resolveu o problema em menos de meia hora. Isso porque contratamos uma pessoa que sabia o que estava fazendo”.
Situação recorrente
O gerente geral da Associação de Moradores do Condomínio Alphaville, Maurício Levy, relata que passa pela situação de aparecimento de enxames no condomínio pelo menos três vezes por ano. “Como somos um condomínio muito grande, rodeado por área de preservação ambiental, é comum que as abelhas apareçam. Por experiência, já constatamos que, quando os insetos formam uma espécie de manta na parede, eles estão ali de passagem e vão embora em poucos dias. Ao contrário, se formam uma espécie de casulo, é porque apareceram para ficar.”
Ele conta, ainda, que por se tratar de um condomínio grande, vários cenários já foram verificados. “O Corpo de Bombeiros atua em via pública e quando o risco é grande. Quando no clube ou em residências, é preciso acionar um apicultor.” Quanto a isso, Levy acrescenta que encontrar esse profissional não é tarefa das mais fáceis.
Fonte: Revista O Síndico edição 31