Reuniões virtuais reduzem bate-boca e confusões nos condomíniosNotícia publicada no dia: 20/09/2011
É uma novidade nos condomínios: assembleia feita pelo computador. Será que a tecnologia acabar com a já tradicional briga entre os vizinhos?
Quem já participou de uma reunião de condomínio sabe: é uma brigalhada. Os vizinhos não se entendem – é um querendo falar mais alto que outro. Mas o Jornal descobriu uma novidade que promete revolucionar as assembleias. Nada de perder tempo ou de arranjar essa confusão com vizinho. As decisões podem ser tomadas com tranquilidade em casa ou no escritório.
São, ao todo, 15 torres e 950 apartamentos. Em um condomínio, acontece uma reunião de moradores, mas ninguém precisa ir ao salão de festas para participar. O morador acessa a página do prédio, digita nome e senha, entra na assembleia e registra sua opinião sobre o assunto. No caso, é a abertura de uma segunda portaria no condomínio.
“Durante 30 dias, foi feita essa assembleia para que a pessoa não fique on-line em cima do teclado. Ela pode fazer sua pergunta, no dia seguinte ela vê a sua resposta e acaba interagindo”, afirma o empresário Marcelo Mahtuk.
As dúvidas são tiradas pelo síndico ou por funcionários da empresa que administra os prédios. Os moradores têm uma semana para votar. Do hospital onde trabalha, o médico radiologista Marcos Docema participa da assembleia digital, que para ele é mais produtiva.
“Nós sabemos que decidir coisas em uma noite, em poucas horas ou poucos minutos, gera tensão e atrito. No conforto da casa ou do escritório, a pessoa pode avaliar com mais calma, estudar o tema discutido, pode tirar dúvidas. Com isso, os atritos são ao menos minimizados”, avalia o médico Marcos Docema.
Com as assembleias pelo computador, o condomínio diz que conseguiu dobrar a participação dos moradores. Mas, por enquanto, assuntos mais polêmicos, como eleição do síndico ou aumento do valor do condomínio, ainda serão tratados em assembleias convencionais.
O advogado do condomínio, Márcio Rachkorsky, diz que a lei não impede a assembleia pelo computador, mas a ata precisa ser passada para o papel.
“Ela precisa ter todo o formalismo, assim como uma assembleia presencial. Então, precisa ter presidente, secretário, ata redigida, registrada em cartório e distribuída para os moradores”, explica Márcio Rachkorsky.
O advogado Vitor Hugo Freitas é especialista em tecnologia e presidente da comissão de ciência e tecnologia da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP). Ele lembra que é preciso tomar cuidado, para evitar fraudes eletrônicas como, por exemplo, um morador votar mais de uma vez sobre um mesmo tema. “Eles têm de implantar um sistema, uma plataforma, na qual se exija ao menos uma assinatura eletrônica, ou seja, senha e login”, afirma.
A administradora informa que o custo de uma assembleia virtual é o mesmo da tradicional: cerca de R$ 350. A empresa precisa colocar técnicos e também um advogado para acompanhar a discussão e preparar as atas. É uma novidade, mas tem tudo para virar prática comum.
Fonte: Agência de Notícas Jornal Floripa