Entrevista: 20 Anos de Jornalismo Condominial
30 out | 6 minutos de leituraAndrea Castilho é a visionária do Grupo O Síndico, há 20 anos no segmento condominial. Juiz-forana, jornalista formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e pós-graduada em Comunicação Empresarial, a filha de Joaquim Augusto de Castilho, um pioneiro na administração de condomínios em Juiz de Fora, é CEO, fundadora da Revista O Síndico e do Síndico JF Mídias Digitais, com portal de notícias na internet e as redes sociais do grupo. Andrea também se destaca como promotora de eventos e cursos especializados, como o Dia do Síndico, Cursos de Capacitação para Condomínios, Curso de Síndico Profissional, Rodada Condominial de Negócios e Feira de Condomínios, além de ser parceira da Escola de Síndicos. Sua contribuição para o mercado local inclui o papel fundamental na criação da Associação de Administradoras de Condomínios de Juiz de Fora e região. A seguir, acompanhe a entrevista exclusiva.
O Síndico – Como surgiu a ideia de criar o Jornal O Síndico em 2005?
Andrea Castilho – A ideia veio do meu pai, Joaquim Augusto de Castilho, um pioneiro na administração de condomínios em Juiz de Fora. Ele visitou uma feira em São Paulo, a Expo Síndico, e trouxe de lá um modelo de jornal para síndicos que o inspirou. Vendo que eu, sua filha jornalista, estava atuando na área, ele me sugeriu criar algo semelhante aqui na cidade.
O que você pode dizer sobre o desenvolvimento e as dificuldades iniciais do projeto?
O processo era bem arcaico. Lembro que usávamos o Corel para a diagramação e precisávamos enviar o material para uma gráfica rotativa em Petrópolis. A distribuição era um desafio logístico, pois o jornal impresso era entregue na rodoviária e, sem as facilidades de hoje, nós mesmos tínhamos que ir buscá-lo, muitas vezes de madrugada.
Como a família participou desse início do projeto?
Meu pai, mesmo sem formação em Comunicação, atuava como editor e revisava as matérias para garantir a credibilidade. A família já estava envolvida na área, o que ajudou a criar um ambiente colaborativo. Meu tio, por exemplo, também era administrador de condomínios e trabalhava com meu pai, e seu outro irmão, que morava em São Paulo, trabalhava na área imobiliária.
Como a revista o Síndico se transformou e se expandiu para outros canais de comunicação ao longo do tempo?
Com a evolução tecnológica, percebemos que não podíamos ficar apenas no veículo impresso em papel jornal. Por isso, mudamos para o formato de revista com novo projeto gráfico e expandimos para o Síndico JF Mídias Digitais, criando um portal de notícias na internet e usando as redes sociais para alcançar um público mais amplo, oferecendo um conteúdo diversificado.
Qual foi o papel da revista na comunidade de Juiz de Fora durante esses 20 anos?
A revista foi pioneira e inovadora no mercado. Ela criou um elo de comunicação que não existia antes, interligando síndicos, administradoras e fornecedores. Ela trouxe um senso de comunidade e pertencimento, permitindo que as pessoas se conhecessem e estabelecessem uma rede de contatos.
Como seu trabalho ajudou o setor condominial a crescer na cidade?
No início, o mercado de comunicação era incipiente e a maioria dos profissionais saía da cidade ou buscava agências de publicidade. A revista O Síndico se tornou um veículo de resistência e uma porta de entrada para o setor condominial de Juiz de Fora, funcionando como um registro de sua evolução e uma vitrine para novas empresas e serviços.
Quais os maiores desafios que o grupo enfrenta atualmente, 20 anos depois?
Hoje, o maior desafio é sobreviver em um nicho que tem outras opções de publicidade. No entanto, mantendo nossa identidade e credibilidade, conseguimos ultrapassar essa barreira. Além disso, a distribuição e a impressão são desafios, pois os custos são altos e a tendência global é o digital, mesmo assim, o nosso público continua desejando a revista como veículo de informação e isso nos dá mais gás para continuar.
Qual o maior objetivo do Grupo O Síndico hoje?
Nosso objetivo é continuar sendo uma empresa estruturada que gere conteúdo informativo e oportunidades de trabalho. Além de sermos um veículo de comunicação, queremos continuar gerando negócios sustentáveis, fazendo a ponte entre nossos parceiros e os clientes que buscam serviços de qualidade.
Do que o Grupo O Síndico se orgulha mais nesses 20 anos de trajetória?
Eu me orgulho de todos os projetos que construímos, especialmente da revista e do nosso site, que foi um sonho realizado. Mas, acima de tudo, me orgulho dos relacionamentos e das amizades que criamos. É muito gratificante ver o impacto que o nosso trabalho tem na vida das pessoas.
Qual a mensagem para o público que acompanha a revista o Síndico?
Gostaria de dizer que o nosso público é a nossa audiência e eles são extremamente importantes para nós. Nossos canais estão completamente abertos para que eles possam nos procurar e trazer suas dúvidas ou sugestões. A participação deles enriquece o nosso trabalho e nos ajuda a manter a nossa atuação conectada com a realidade e a prática do mercado.
A revista tem um papel importante na promoção de eventos. O que você pode falar sobre eles?
Nós somos responsáveis pela promoção de eventos e cursos especializados, como o Dia do Síndico, Cursos de Capacitação para Condomínios, Curso de Síndico Profissional, Rodada Condominial de Negócios e Feira de Condomínios. Além disso, somos parceiros da Escola de Síndicos. A gente se orgulha muito desses eventos, pois durante 13 anos fomos os únicos a realizar algo exclusivo para o segmento na cidade.
Como a revista auxiliou na chegada de novos negócios em Juiz de Fora?
A revista tem funcionado como uma porta de entrada para empresas que querem se estabelecer em Juiz de Fora. Por exemplo, a primeira franquia de minimercado e de portaria remota em condomínios da cidade nos procuraram para entrar no mercado. Acreditamos que nossos canais e eventos lhes trazem visibilidade e credibilidade para se consolidarem no mercado.
O que você pode dizer sobre a importância da credibilidade da revista para os leitores?
A credibilidade é a nossa marca. É o que nos diferencia. É o que faz com que empresas que estão chegando na cidade nos procurem e que empresas já consolidadas na cidade queiram continuar anunciando na revista. Além disso, a credibilidade faz com que o nosso público guarde as edições para consulta.
Você comentou que a revista é um veículo de resistência. O que isso significa?
Significa que, mesmo com os desafios e a evolução para o digital, a revista ainda mantém sua relevância. As pessoas continuam pedindo por ela, tanto os anunciantes quanto os leitores. É uma demanda que vai contra a tendência de migração para o digital, mas que nos mostra que o que fazemos é importante.
Qual o maior aprendizado que você tem nessa jornada de 20 anos?
O maior aprendizado é que a revista é mais do que um meio de comunicação, ela é um elo que interliga pessoas, empresas e profissionais. Ela criou um senso de comunidade. Essa união é muito importante, pois não existiria naturalmente sem o nosso trabalho. É gratificante viver para promover esses encontros.













