Portaria virtual é mais indicada para os condomínios menores

12 jul | 4 minutos de leitura
Sistema é opção para reduzir custos, mas deve ser bem pensado e discutido com os moradores

O sistema de portaria virtual tem crescido entre os condomínios. O modelo libera entradas e saídas, sem a necessidade de um porteiro no prédio. Ele poderia ficar em outro local, comandando remotamente múltiplas portarias ao mesmo tempo. Porém, nem todos os edifícios se adaptam.

De acordo com especialistas, o sistema é mais indicado para condomínios menores, com até 50 apartamentos. Condomínio grande, com mais de uma entrada, por exemplo, tem mais dificuldade para fazer a implantação desse modelo.

A principal vantagem é a redução de custos –a contratação de empresas que fornecem o serviço é entre 40% a 60% mais barata do que a manutenção de porteiros convencionais. A economia é refletida na taxa condominial, que pode cair.

José Elias de Godoy, tenente-coronel da Polícia Militar e consultor de segurança, ressalta, no entanto, que não se pode fazer uma mudança assim só por conta do custo. “Precisa ver se os condôminos realmente querem isso, explicar os prós e os contras”, diz.

É necessário conhecer a empresa que se deseja contratar, avaliar o conceito no mercado. “É recomendável que seja desenvolvido um estudo do grau de confiabilidade do sistema de segurança, de preferência por um profissional que não seja o vendedor da portaria virtual”, diz Claudenir Silva, consultor e coordenador de cursos de segurança.

Os condôminos também precisam ser ouvidos sobre a mudança. “Vai mudar a rotina do prédio, vai mexer com os costumes. É recomendável levar a discussão para a assembleia, explicar para os condôminos como é o funcionamento”, explica o advogado Alexandre Callé, sócio da Advocacia Callé, que recomenda ainda que o síndico leve ao menos três propostas de empresas prestadoras do serviço.

Estrutura

Para o sistema funcionar, são necessários bons equipamentos e fácil comunicação dos moradores com a empresa. Silva cita “clausura, interfones de boa qualidade, câmeras de alta resolução e identificação por biometria [para o morador]”. Manter um gerador para as fechaduras remotas e a conexão com o atendente virtual é essencial, além de boas redes de internet (de preferência duas).

Precisa-se também criar protocolos de segurança, aprovados em assembleia, para as entradas de saída, distinguindo entre moradores cadastrados, hóspedes, visitantes, prestadores de serviço, etc.

Para as entregas, utiliza-se a clausura entre os portões para deixar itens como comida, caso o morador queira recebê-los sem contato –a solução mais comum é o passa-volumes. Quando ocorre algum problema com entradas ou entregas, o atendente remoto pode não conseguir ajudar. O papel acaba transferido para o zelador do prédio.

O que são?

  • Também chamadas de portarias virtuais, as portarias remotas conectam o condomínio, seus interfones e câmeras a uma central de atendimento mantida por uma empresa contratada
  • Elas substituem a figura do porteiro, e a central de atendimento fica responsável por controlar, de longe, o acesso ao prédio
  • É essencial que o morador sinta confiança e tenha fácil acesso à empresa contratada e o atendente responsável por seu condomínio

Como funcionam

  • Quando alguém chega à portaria e toca o interfone, a conexão irá até um atendente contratado pela empresa que presta o serviço de portaria remota
  • O atendente recebe o chamado e segue o protocolo para liberar ou não a entrada. Cada condomínio tem um protocolo, definido junto com a empresa contratada
  • O atendente entra em contato com o morador da unidade para a qual o visitante deseja ir, por telefone fixo ou celular
  • Caso consiga falar com o morador e receber sua autorização expressa para liberar entrada, o atendente abre o portão por meio de um sistema de travamento remoto
  • Se o morador não estiver disponível no telefone ou celular, o atendente deve negar a entrada do visitante

Equipamentos necessários

  • Câmeras de alta resolução
  • Sistema de biometria ou tag (chip de leitura) para moradores
  • Travas com acesso remoto nos portões
  • Gerador para caso de queda de energia
  • Botão de pânico para pedir ajuda em casos de emergência
  • Registros de entrada e saída e backup rigoroso das imagens
  • Conexões estáveis de internet

Prós

  • A contratação de uma empresa especializada costuma sair de 40% a 60% mais barata que uma portaria convencional
  • O síndico perde a responsabilidade por faltas e atrasos do porteiro, visto que o atendente responsável pela portaria remota responde à empresa contratada
  • Empresas que operam portarias remotas também oferecem serviços de monitoramento por um custo adicional

Contras

  • A portaria virtual é menos eficiente em condomínios com muitas unidades, e se encaixa melhor em prédios únicos e com até 50 unidades
  • Por não existir um funcionário presencial, o atendimento em horários de pico e finais de semana fica mais lento
  • Dependendo do funcionamento do sistema, o acesso e a transparência da empresa contratada e até a localização do condomínio, a portaria remota pode acabar contribuindo para a sensação de insegurança

FONTE: Folha de São Paulo


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