“Portaria remota: o que é e como funciona”. Veja o que foi debatido durante a live

29 maio | 6 minutos de leitura
Live “Portaria remota: o que é e como funciona”, realizada pelo Instagram no dia 29 de abril

O uso da tecnologia na rotina diária ganha cada vez mais espaço. A realidade nos condomínios não poderia ser diferente e muitos já contam com a implantação de uma portaria remota. Ela é um sistema de monitoramento e atendimento de visitantes por meio de uma central externa, sem a presença física de um porteiro. A inovação pode facilitar os processos de comunicação, trazendo mudanças de cultura e de costumes na vida de moradores.

E foi justamente para esclarecer as principais dúvidas sobre o serviço que a revista “O Síndico” promoveu uma live pelo Instagram com o tema “Portaria remota: o que é e como funciona”. Mediado pela editora Andrea Castilho, o bate-papo contou com a participação de Jefferson Santos, tecnólogo e especialista em segurança eletrônica da Conservadora Provid, e de Adriana Carvalho, síndica do Residencial Vista Alegre.

O que é e como funciona?

Para os síndicos que desejam implantar a portaria virtual, Santos explicou que o sistema para controle eletrônico do acesso de pessoas e que funciona em regime integral, 24h por dia, 7 dias por semana. Ele surgiu com a intenção de melhorar a segurança dos condomínios. Na prática, visitantes e entregadores, por exemplo, vão precisar ter a sua entrada aprovada por uma central externa ao local do prédio. “Tudo é acompanhado por videocâmaras. A pessoa toca o interfone, o porteiro remoto recebe um chamado, verifica a identidade do visitante e comunica o morador. Se o condômino autorizar, a entrada é liberada eletronicamente”.

No caso se for o próprio morador, o especialista disse que todos são cadastrados previamente. Já o acesso e identificação é feito conforme a tecnologia disponibilizada. “Pode ser por chaveiro tag, um dos mais populares, autenticação biométrica ou reconhecimento facial. Os veículos passam pelo mesmo processo. É cadastrada a marca, modelo, cor e a placa do automóvel. Tudo depende do projeto orçamentário de cada condomínio”.

Caso haja a perda do chaveiro tag, por exemplo, o especialista explicou que o morador pode entrar em contato com a central para fazer o bloqueio e gerar um novo. A partir disso, o dispositivo antigo fica inutilizável e impede que outra pessoa desconhecida tente entrar no condomínio.

Se houver uma queda de energia ou indisponibilidade do serviço de internet, Santos elucida que o serviço continua funcionando. “Nós instalamos nobreaks e pequenas baterias para garantir a viabilidade dos dispositivos por bom período, até que a energia seja reestabelecida. A central sabe quando uma falha dessa acontece e toma as providências”.

Serve para qualquer condomínio?

A portaria remota pode ser instalada tanto para condomínios comerciais quanto residenciais, seja vertical ou horizontal. Cada um possui a sua particularidade. “Quando se trata de vertical, o ideal seria ter até no máximo 100 apartamentos. Já no horizontal, o número é menor e fica em torno de 60 casas. A limitação é para garantir a qualidade de funcionamento e atendimento aos moradores. Porém, será necessário fazer uma análise individual no que diz respeito à quantidade de unidades”, afirmou.

Antes de contratar o serviço, o síndico deve ficar de olho em algumas questões importantes para não cair em cilada com maus profissionais. “É necessário verificar o histórico da empresa, comparar com outras propostas, checar a reputação, tempo de atuação, consultar clientes atendidos, visitar a companhia e ver a tecnologia funcionando na prática”.

Como é o processo de instalação e os custos?

O tecnólogo explica que primeiro é feita uma visita no local para verificar a demanda do cliente. “Analisamos os dispositivos já instalados e se eles são compatíveis e podem ser reaproveitados. Checamos também as vulnerabilidades do condomínio para fornecer os materiais necessários, que engloba troca de fechadura, motor de portão, fiação, câmeras, sistema de alarme, cerca elétrica, leitor facial ou biométrico, entre outros”.

Na Provid, ele salienta que não há nenhum custo inicial para o síndico. “Somente no caso de instalação de um novo portão, por exemplo, as despesas são diretamente com o cliente, que pode escolher o fornecedor de sua preferência. Nós fazemos o acompanhamento e damos as sugestões. É feito um contrato, com prazo médio de 24 meses, e o pagamento das parcelas acontece no mês subsequente ao da colocação. O valor é variável e inclui o serviço de portaria, taxa de comodato dos equipamentos, seguro e manutenção”.

Implantação e resistência dos moradores

Entre os empecilhos para implantação está o fator humano. “Muitos moradores têm o costume e já se habituaram com a presença física do porteiro. Esse relacionamento no remoto é mais frio ou inexistente. Além disso, as pessoas mais idosas têm mais resistência ao uso de tecnologias. Como toda inovação, sempre há obstáculos no começo, mas essas barreiras vão sendo rompidas com o tempo”, enfatiza Santos.

Adriana Carvalho é síndica do Residencial Vista Alegre. O condomínio sempre teve portaria física desde a sua inauguração há mais de 3 décadas e migrou para remota em junho de 2020. “Até a adoção da tecnologia foi um longo processo. Quando comecei na administração, as demandas trazidas pelos moradores eram com relação ao valor elevado do condomínio e também a questão da segurança. Foram feitas diversas reuniões e estudos sobre o serviço e diversas empresas vieram ao condomínio para apresentar as propostas”, relata.

Com os dados em mãos, Adriana conta que o primeiro passo foi convocar os proprietários para uma assembleia. “O objetivo foi verificar se a maioria tinha interesse em implantar a portaria remota e qual empresa prestaria o serviço. Ela foi amplamente divulgada para que todos ficassem cientes.

O condomínio arcou com as despesas trabalhistas para dispensar os porteiros. A transição foi feita aos poucos, segundo contou Adriana. “Nós ficamos apenas com um zelador, responsável pela manutenção e limpeza do local. Após a implantação da tecnologia, tivemos pessoas que não se conformaram com a portaria remota, mas também aquelas que foram contra no começo e logo depois elogiaram e ficaram contentes com a mudança”.

Com relação aos impactos nas finanças para o condomínio, Adriana releva que houve uma redução de cerca de 35%, sem falar nos ganhos com segurança. “Como síndica, fiquei muito satisfeita com todo processo e o resultado final. Atendeu as minhas expectativas. A minha dica aos administradores é ouvir a demanda do seu condomínio e buscar informações sobre o assunto. Não é possível promover uma mudança sem estar seguro e ter conhecimento das informações”, finaliza.

SAIBA MAIS!

Para adesão ao serviço de portaria remota é fundamental que a maioria concorde durante a realização de uma assembleia. Segundo advogados, por se tratar de uma benfeitoria e que vai trazer economia ao edifício, os síndicos têm feito aprovação com quórum de maioria simples dos presentes. Também existem casos em que consta na convenção do condomínio a necessidade de ter uma portaria presencial. Se o documento trata essa questão, será preciso aprovação de dois terços dos condôminos. Já outros juristas entendem que é uma obra útil, sendo assim, deve ser aprovada pela maioria do todo, ou seja, 50% mais um de todos os condôminos.

FONTE: Equipe SíndicoJF


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