ESCRITO POR: João Alberto Britto.
CEO e Diretor Executivo da J A Consultoria, com vasta experiência na área de Segurança Corporativa. É Administrador de Empresas com ênfase em Comércio Exterior e possui diversas especializações: Inteligência Estratégica, Gestão de Crises Corporativas, Marketing Estratégico, Business Security e Gestão de Condomínios. Durante 20 anos atuou na Gerência de Segurança, Risco e Inteligência do Banco do Brasil, onde também foi educador corporativo e perito judicial. Além disso, conta com formações complementares em Segurança da Informação, Auditoria e Diagnóstico em Segurança, e Segurança em Condomínios, sendo egresso da 8ª Turma de Inteligência de Segurança Pública do SSPRJ. Atualmente, dedica-se à consultoria em segurança e à formação de profissionais e empresas na área, unindo experiência prática e sólida formação académica.
A criminalidade urbana no Brasil exige novas estratégias. Apenas investir em patrulhamento ostensivo não basta; é preciso unir forças. Um caminho promissor é a integração das câmeras privadas de condomínios e empresas com os sistemas públicos de monitoramento. Essa parceria amplia o alcance da vigilância, acelera respostas e cria o conceito de “vizinhança segura”, onde o coletivo fortalece a proteção individual.
O modelo já está em prática em diferentes lugares. Em Juiz de Fora (MG), a Câmara Municipal aprovou lei que autoriza a conexão de câmeras particulares ao Centro de Monitoramento da cidade.
No Rio de Janeiro, o projeto “190 Integrado” permite que condomínios e estabelecimentos conectem seus sistemas ao Centro Integrado de Comando e Controle, fornecendo imagens em tempo real à Polícia Militar. São iniciativas que transformam cada câmera privada em um elo de uma rede mais ampla de proteção. Os benefícios são visíveis.
A polícia ganha rapidez na resposta, reduzindo o intervalo entre a ocorrência e a intervenção. A cobertura das câmeras privadas elimina pontos cegos do sistema público, como entradas de veículos, calçadas e áreas internas de condomínios. Há ainda ganhos econômicos, já que o poder público aproveita infraestrutura existente, e sociais, pois a percepção de vigilância compartilhada aumenta a sensação de segurança entre os moradores.
Mas para que funcione, é essencial respeitar a privacidade, definir padrões técnicos e garantir segurança cibernética. Não se trata apenas de tecnologia, mas de governança: é preciso estabelecer regras claras sobre uso, responsabilidades e limites.
Integrar sistemas privados ao monitoramento público é mais do que inovação; é uma evolução necessária. Exemplos como o de Juiz de Fora e o “190 Integrado” no Rio mostram que, quando Estado e sociedade caminham juntos, o resultado é uma rede mais forte, inteligente e capaz de proteger vidas.