Espaços fitness são cada vez mais utilizados por condôminos

11 out | 6 minutos de leitura
Espaços fitness são cada vez mais utilizados por condôminos
O Espaço Fitness do Alphaville conta com 130m², comportando usuários de seis unidades por vez

ANTES DA IMPLANTAÇÃO, DEVE SER FEITO UM PLANEJAMENTO, QUE ENVOLVE PENSAR NA GESTÃO DO LOCAL


As antigas salas de ginástica vêm ganhando novos ares e dando lugar ao chamado Espaço Fitness nos condomínios. Os locais vêm sendo cada vez mais utilizados por condôminos que não abrem mão do cuidado com o corpo e com a saúde e têm a comodidade de malhar no próprio condomínio.

Com foco nesta demanda advinda dos moradores, grande parte dos novos empreendimentos já contempla a área. Mas, para aqueles que não têm, é possível implantar. Entretanto, é preciso planejar e estar atento a alguns cuidados.

O presidente da Associação Alphaville Juiz de Fora, Cil Farne Guimarães, lembra: “Tratando-se de um condomínio, para administrar algo coletivo, é preciso saber dos associados se há interesse no Espaço Fitness. Aí, passamos para o planejamento, aprovação em assembleia, pesquisa de preços, negociação com empresas, compra de materiais, sempre buscando o melhor para os condôminos”.

“Passamos para o planejamento, aprovação em assembleia, pesquisa de preços, negociação com empresas, compra de materiais”

O Espaço Fitness do Alphaville conta com 130m², comportando usuários de seis unidades por vez. “Essas pessoas fazem uso de forma confortável, mas já pensamos em ampliar, afinal, hoje temos 110 casas prontas, mas são 853 lotes para unidades, por isso, já há estudo de espaço para ampliação.”

Para auxiliar na escolha dos aparelhos, a dica de Eumar Werneck é realizar um estudo do público-alvo

Com relação à compra dos equipamentos e à escolha do local onde os mesmos serão instalados, “uma das principais questões a ser analisada é o perfil do público. Prédios com apartamentos menores tendem a ter um público mais jovem, enquanto que empreendimentos de médio e alto padrão possuem público misto, com mais pessoas de meia idade e até idosos. Hoje em dia, todos buscam por atividade física, e o estudo do público- alvo ajuda na escolha dos tipos de aparelhos. Outros fatores importantes são as características das salas e espaços disponíveis no condomínio e, naturalmente, os recursos financeiros aprovados para o projeto”, explica o proprietário da Loja Estoque Fitness, Eumar Werneck, que conta com 27 anos de experiência em montagem de salas de condomínios e academias.

Ele, que é formado em engenharia civil, acrescenta que “uma boa sala de fitness deve ser dimensionada conforme o número de usuários, mas, de uma maneira geral, a partir de 30m² já se obtém ótimos resultados. O piso deve ser compatível com a prática de esportes, nada muito especial. Se for um porcelanato, por exemplo, sugerimos um tipo antiderrapante, mas também pode ser um laminado de madeira ou pisos vinílicos e emborrachados, que possuem uma vantagem adicional por serem anti-impacto”.

Além disso, alguns aspectos arquitetônicos devem ser priorizados. Luz e ventilação natural, por exemplo, trazem sensação de bem-estar e leveza ao ambiente. Ele lembra, ainda, que o uso de espelhos é um bom truque para “aumentar” o espaço, além de serem úteis para se corrigir a postura durante a prática dos exercícios. Outro recurso é o uso de painéis adesivos com imagens esportivas “outdoor” em locais estratégicos. “Elas conferem beleza ao espaço, além de uma boa sensação de estar ao ar livre.”

DIVERSIDADE EM EQUIPAMENTOS

De acordo com Eumar, basicamente, os equipamentos se dividem em três grupos: os aparelhos de capacitação aeróbica ou ergométricos, os equipamentos de musculação e os acessórios diversos para ginástica funcional, pilates ou crossfit.

“De alguns anos para cá, temos observado uma tendência de ‘profissionalização’ dessas salas, com o uso, cada vez maior, de máquinas profissionais, que trazem qualidade similar às das melhores academias. O maior investimento inicial compensa de diversas formas, seja pela qualidade dos exercícios com melhor ergonomia e segurança para os usuários, seja pela durabilidade, ou até mesmo pela valorização do empreendimento imobiliário.”

A ESCOLHA DOS EQUIPAMENTOS

O síndico do Condomínio Metropolitan Residence, que conta com 120 unidades, Eduardo Ciscoto, relata que o Espaço Fitness do empreendimento soma aproximadamente 50m² . “A mini- academia funciona há quatro anos, e, quando montamos, uma das dificuldades foi orçar equipamentos similares no que diz respeito à qualidade. Naquela época, pegamos vários orçamentos, inclusive de locais que sabíamos que não comercializavam equipamentos tão bons. Havia um fator complicador, que era não termos a oportunidade de comparar a qualidade dos equipamentos orçados.”

Para facilitar a vida de quem está implantando um Espaço Fitness, a dica de Eduardo é contratar um consultor ou um personal trainer. “O auxílio profissional faz toda diferença com relação às escolhas, afinal, uma coisa é que o as pessoas vão usar de verdade, outra coisa é aquilo que a gente gostaria de ter no espaço.”

O foco durante a implantação no Metropolitan Residence esteve em aparelhos que atendessem ao máximo diferentes partes do corpo dos usuários. “Com o decorrer do tempo, fomos adquirindo mais equipamentos, sempre com base na demanda das pessoas que fazem uso do local. Hoje, por exemplo, percebo a necessidade de um equipamento que atenda às costas, o que demanda mais espaço e investimento, mas está em nossos projetos.”

Quanto à manutenção, Eduardo explica que tem contrato com uma empresa que presta manutenção preventiva mensal, o que faz com que as manutenções corretivas quase nunca sejam necessárias. Eumar completa: “Um serviço de manutenção preventiva e corretiva pode prorrogar e muito a vida útil dos aparelhos, trazendo uma boa economia para o condomínio no médio prazo”.

“Temos observado uma tendência de ‘profissionalização’ dessas salas”

A presença de um professor é necessária? Eumar explica que, apesar de não haver ainda uma necessidade legal de acompanhamento profissional em nossa cidade, sua empresa sempre recomenda a supervisão de um profissional de educação física, “que é a pessoa certa para prescrever os exercícios e acompanhar o desenvolvimento de cada condômino. Tal acompanhamento pode se dar de forma coletiva, com a contratação de professores por horários específicos, ou no modelo de personal trainer”.

No caso do Metropolitan Residence, o síndico explica que o acesso de personal trainer é liberado. “Vários condôminos contam com esse acompanhamento, enquanto outros preferem um consultor virtual.” No Alphaville, 70% dos usuários do Espaço Fitness é acompanhado por um profissional. “Não é exigência, mas a grande maioria usa”, pondera Cil Farne.

Pensando nesse público que faz uso do Espaço Fitness, a personal trainer Cátia Kilpp desenvolve treinos para atendimento on-line. “Temos um aplicativo chamado Personalfit, que foi desenvolvido e pensado justamente com foco nas pessoas que moram em condomínios que têm academia, mas não contam com auxílio de um profissional para repassar orientações.”

Por meio do app, o treino é montado tendo como base a análise de dados de cada pessoa. “O aluno tem o treino na palma da mão”, explica Cátia, que ainda oferece suporte on-line pelo WhatsApp.

FONTE: Revista O Síndico – Edição 51


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