Setembro amarelo: Quebre o tabu e fale sobre suicídio no seu condomínio

17 set | 3 minutos de leitura
O síndico, como representante da comunidade, pode contribuir para quebrar o estigma que ainda cerca esse fenômeno

Muitas vezes, o suicídio é abordado em condomínios quando imagens ou vídeos são compartilhados nas redes sociais e aplicativos de mensagens pelos moradores. Mesmo sem intenções maliciosas, essa prática pode contribuir para o chamado efeito “copycat”, ou seja, a imitação do comportamento, levando a uma sequência de episódios semelhantes devido à divulgação. É por esse motivo que a imprensa evita noticiar o ato de automutilação.

No entanto, especialistas em saúde mental e as Organizações das Nações Unidas incentivam a abordagem desse tema, desde que seja feita de forma responsável. Não falar sobre o assunto é um tabu que precisa ser quebrado.

A literatura científica é unânime ao afirmar que o suicídio é evitável. O síndico, como representante da comunidade, pode contribuir para quebrar o estigma que ainda cerca esse fenômeno.

Mortes em Casa

De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2019, ocorreram no Brasil 112.230 mortes por suicídio, com um crescimento de 43% no número anual de mortes, passando de 9.454 em 2010 para 13.523 em 2019. Os dados também revelaram outra triste realidade: o rápido aumento das taxas de suicídio na faixa etária entre 15 e 29 anos.

Outra constatação é que mais de 80% das tentativas e dos suicídios consumados aconteceram dentro de casa. Em segundo lugar, com um índice de pouco mais de 1%, estão as escolas. Os dados são do Sistema de Informações de Agravos de Notificações (Sinan) de 2019, divulgados no Boletim Epidemiológico da Secretaria de Vigilância em Saúde.

Considerando que milhões de pessoas moram em condomínios, o síndico desempenha um papel essencial no trabalho de prevenção e conscientização sobre saúde mental e apoio emocional. Contribuindo assim para conter esse problema que afeta mais de 700 mil pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Risco entre Adolescentes

Todas as faixas etárias, origens, sexos, culturas, classes sociais e idades estão suscetíveis à violência autoprovocada, sendo considerada a quarta maior causa de mortes entre adolescentes e jovens no mundo. No Brasil, não é diferente.

A pesquisa do Ministério da Saúde constatou um aumento de 81% nas taxas de mortalidade na faixa etária de 15 a 19 anos no período de 2010 a 2019. Quando se trata de adolescentes de 14 anos, a incidência subiu para 113%, apenas no período entre 2010 e 2013.

As causas do suicídio são diversas, porém, estudos indicam que a maioria das pessoas tenta ou comete a violência devido a algum transtorno mental, principalmente a depressão.

Ações no Condomínio

Intervenções individuais e coletivas são indicadas para prevenir a autodestruição. O enfrentamento desse problema deve ser feito pelas famílias dentro de casa e com o apoio do síndico em ações comunitárias.

A cor amarela simboliza a vida e a esperança de que todos abracem a causa. Demonstre esse apoio. Exiba a cor amarela nos espaços comuns e nas redes sociais do condomínio.

Aproveite os espaços comuns do empreendimento para promover atividades de lazer e rodadas de conversa, proporcionando um ambiente onde todos se sintam à vontade para compartilhar suas preocupações e emoções.

Ofereça treinamentos sobre prevenção ao suicídio para os moradores e funcionários; utilize os canais de comunicação para divulgar histórias de recuperação bem-sucedida, mensagens motivacionais e informações sobre serviços com linhas diretas de ajuda, como o CVV (Centro de Valorização da Vida), que atende chamadas pelo número 188, via chat no site (www.cvv.org.br) e por e-mail.

Informe também os canais de atendimento dos órgãos públicos que atuam na cidade, como a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades Básicas de Saúde (UBS), escolas, entidades não governamentais e outros locais que prestam atendimento na área de saúde mental.

Faça a diferença e seja a luz da esperança para aqueles que precisam. Afinal, os condomínios não são apenas estruturas de concreto, mas comunidades de pessoas interligadas.

FONTE: Diário do Rio Doce


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